segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Homem x Máquina (Garry Kasparov x Deep Blue)

A disputa do maior jogador de xadrez Garry Kasparov realizada por duas vezes com um computador (Deep Blue) criado pela IBM representa a metáfora da luta silenciosa entre homens e máquinas...
Considerando a máquina como qualquer dispositivo sofisticado criado pelo homem para auxiliá-lo e ampliar suas capacidades percepto-motoras e cognitivas (visão, audição, motricidade, velocidade, precisão, etc.), o surgimento do computador constitui-se num avanço na evolução das máquinas quando apresenta alguns características de certa 'autonomia' em relação aos próprios humanos. Evidentemente que tal 'autonomia' é prevista e programada quando inserida na memória central do computador tornando-o capaz de tomar decisões sem uma consulta imediata ao ser humano (a consulta é mediada através dos protocolos codificados na base de dados que já está armazenada no computador para as mais diversas situações). Desde o momento em que ligamos a máquina (seus procedimentos internos de inicialização --boots, ativação da placa-mãe, inicialização da máquina, gerenciamento do software, reconhecimento dos dispositivos internos e externos, etc.) até uso de softwares específicos e complexos de controles lógico-programáveis (CLP´s) ocorre uma certa 'autonomia' que assemelha-se ou simula o comportamento humano.
Quando Kasparov decidiu competir com Deep Blue (um supercomputador e um software criados pela IBM especialmente para jogar xadrez com 256 co-processadores, capazes de analisar aproximadamente 200 milhões de posições por segundo) estava em jogo, na verdade, o início da competitividade entre homens e máquinas inteligentes...mesmo considerando-se que o computador estava programado com as melhores e possíveis estratégias do jogo, duvidava-se que poderia ganhar do humano, na verdade, do melhor dos humanos naquele jogo de estratégias, baseado sempre nas possíveis ações futuras do oponente. Garry Kasparov jogou dois campeonatos com o computador da IBM:
* Em 1996 (10 a 17 de fevereiro);
* Em 1997 ( maio).

No primeiro campeonato o famoso jogador de xadrez do Azerbeijão ganhou 3 partidas, empatou 2, sendo campeão por 4 a 2. Um ano depois, os programadores da IBM aperfeiçoaram a supermáquina e convidaram Kasparov para outro campeonato. Nesta última disputa Deep Blue ganhou de 3,5 contra 2,5 depois de 2 vitórias, 3 empates e uma derrota. Visto por milhares de pessoas no mundo, a disputa demonstrou o interesse humano por observar quanto podemos ser melhores ou não em relação às máquinas inteligentes.
Ao ver os filmes Eu-Robô, o Homem Bicentenário, Blade Runer, Exterminador do Futuro, entre outros, observamos que vivenciamos a síndrome da ficção na realidade. As máquinas ditas 'inteligentes' não apenas ocupam os postos de trabalhos dos humanos em atividades operacionais (tipicamente mecânicas, manuais), como são capazes atualmente de assumir postos de gerenciamento de pessoas, controlando desde horários de entrada e saída como fluxos de caixa, índices de produção, monitoramentos internos e externos, etc.
Continuo defendendo a idéia de que já estamos vivendo uma verdadeira 'matrix' sem que nos apercebamos em total plenitude da situação...tão logo seremos surpreendidos por computadores ou sistemas de computadores que de tão 'autônomos' em relação aos humanos não mais aceitem outras informações ou comandos contrariando a famosa lei de Azimov...

2 comentários:

FELIX PAZ E BEM disse...

Prof. seus textos são importantes para o mundo acadêmico. Sabemos que atualmente a evolução tecnológica já não é passado ou presente, mas, fenômenos constantes. A cada segundo são desenvolvidos novos recursos tecnológicos e incorporados às máquinas já existentes afim de aperfeiçoá-las. E assim, o homem também se incorpora ao mundo das máquinas e não consegue se distanciar desta realidade: AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS e se revestem delas. Paz e bem!!

Anônimo disse...

Eu queria postar algo como isso no meu site e isso me deu uma idéia. Cheers.